CONTROLE
BIOLÓGICO
A mortalidade da traça do
tomateiro é maior no estágio larval, sendo a principal causa desta mortalidade
a ação de seus inimigos naturais, incluindo predadores e parasitoides (FILHO,
GUIMARÃES e MOURA, 2013). Os
predadores atacam todos os estágios de desenvolvimento da traça.
Sabe-se que nas fazendas produtoras de frutas, hortaliças e
leguminosas, os prejuízos anuais com a predação desses vegetais são elevados.
Além dos insetos pragas, em áreas mais afastadas das cidades onde ainda restam
animais silvestres, os prejuízos podem ser ainda maiores. Aves como marrecos, sanhaços
e chupim, e mamíferos como esquilos, coelhos, ratos, morcegos, capivaras e
cervos são conhecidos como as maiores pragas da lavoura do tomate, devorando
desde o broto até fruto. Para diminuir o impacto destas pragas sobre suas
lavouras, os produtores adotam medidas de controle, tal como o controle biológico.
Uma forma de controle biológico comumente utilizada é a falcoaria, que afasta aves
e pequenos mamíferos (PICANÇO, 2010).
Alguns
agricultores têm usado ainda aves da espécie Pitangus sulphuratus (Passeriformes: Tyrannidae), popularmente
conhecida como bem-te-vi. Por ter hábito alimentar generalista,
o bem-te-vi se
alimenta da maioria dos insetos que atacam o tomateiro. Muito ágil, este
pássaro pode capturar insetos em
pleno voo, mas é mais comum observá-lo capturando insetos pousados em ramos
(FERNANDES et al. 2011).
Dentre os insetos predadores do tomateiro,
podemos destacar os percevejos pertencentes às espécies Orius sp., Lasiochilus sp., e Xylocoris
sp. (Heteroptera: Anthocoridae), Annona bimaculata e Hyaliodocoris insignis (Heteroptera: Miridae), os quais atacam ovos e lagartas de primeiro instar. Já
os vespídeos Protonectarina
sylveirae e Brachygastra lecheguana atacam as lagartas de segundo e
terceiro instares (FILHO,
GUIMARÃES e MOURA, 2013). Devido a sua habilidade de abrir as minas da traça nas folhas do
tomateiro à procura das lagartas, as vespas constituem o grupo mais importante
de predadores de lagartas da traça do tomateiro.
A ação combinada dos predadores
pode ser responsável por até 99,5% de mortalidade da praga T. absoluta no
seu estágio larval, enquanto a inviabilidade é tida como o principal fator de
mortalidade no estágio de ovo (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013).
Entre os parasitoides, a espécie Trichogramma
pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae) é especialista em localizar e atacar ovos. Dessa forma, esta microvespa
controla a população de T. absoluta nas lavouras de tomate. Ao localizar
a praga na cultura, as vespinhas depositam seus ovos dentro do ovo da mariposa.
Ovos parasitados por T. pretiosum não produzem larvas, as quais causam
importantes danos econômicos a esta cultura. Em poucos
dias, uma nova vespa adulta eclode do ovo parasitado. Esta espécie de micro
vespa pode assim se disseminar na lavoura e efetivamente controlar a população
da mariposa T. absoluta
(PROMIP e MAGALHÃES, 2012).
Esses tricogramatídeos apresentam ampla distribuição
geográfica, parasitam grande número de hospedeiros, e são altamente
especializados e eficientes. Este grupo de micro hymenópteros é utilizado com
sucesso em vários programas de controle biológico para controle da traça do
tomateiro (FARIA et al. 2000; PRATISSOLI e PARRA 2001).
Figura 5: Foto mostrando
uma fêmea de Trichogramma pretiosum depositando ovos em um ovo de inseto hospedeiro
http://www.nbaii.res.in/Introductions/images/Tpretios1.jpg
Como outra forma de controle
biológico da traça do tomateiro, o uso de inseticidas a base do Bacillus Thuringiensis também vem sendo
utilizado com muita frequência. Este método mostra alta eficiência no controle
dos primeiros instares da praga (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013). O uso deste
tipo de inseticida pode também ser empregado em conjunção com a liberação do
parasitoide Trichogramma pretiosum (HAJI et al. 1995). Contudo, o emprego contínuo de B. thuringiensis associado
à liberação de parasitoides pode selecionar populações resistentes. Para solucionar
este problema, tem sido recomendado a rotação de B. thuringiensis e o
emprego de inseticidas com alta seletividade com relação ao parasitoide (VILLAS
BOAS et al., 2009).
Já os parasitoides larvais
tendem a atacar lagartas de terceiro e quarto instares. Dentre as espécies de
parasitoides larvais que atacam a praga T. absoluta, podemos destacar as
espécies de braconídeos Bracon sp., Earinus sp. e Conura sp.
Pelo menos cinco espécies de parasitoides e 12 espécies de predadores atacam
pupas de T. absoluta (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013).
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