quarta-feira, 21 de maio de 2014

Principais Técnicas de Controle da Traça do Tomateiro

CONTROLE BIOLÓGICO
A mortalidade da traça do tomateiro é maior no estágio larval, sendo a principal causa desta mortalidade a ação de seus inimigos naturais, incluindo predadores e parasitoides (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013). Os predadores atacam todos os estágios de desenvolvimento da traça.
Sabe-se que nas fazendas produtoras de frutas, hortaliças e leguminosas, os prejuízos anuais com a predação desses vegetais são elevados. Além dos insetos pragas, em áreas mais afastadas das cidades onde ainda restam animais silvestres, os prejuízos podem ser ainda maiores. Aves como marrecos, sanhaços e chupim, e mamíferos como esquilos, coelhos, ratos, morcegos, capivaras e cervos são conhecidos como as maiores pragas da lavoura do tomate, devorando desde o broto até fruto. Para diminuir o impacto destas pragas sobre suas lavouras, os produtores adotam medidas de controle, tal como o controle biológico. Uma forma de controle biológico comumente utilizada é a falcoaria, que afasta aves e pequenos mamíferos (PICANÇO, 2010).
Alguns agricultores têm usado ainda aves da espécie Pitangus sulphuratus (Passeriformes: Tyrannidae), popularmente conhecida como bem-te-vi. Por ter hábito alimentar generalista, o bem-te-vi se alimenta da maioria dos insetos que atacam o tomateiro. Muito ágil, este pássaro pode capturar insetos em pleno voo, mas é mais comum observá-lo capturando insetos pousados em ramos (FERNANDES et al. 2011).
Dentre os insetos predadores do tomateiro, podemos destacar os percevejos pertencentes às espécies Orius sp., Lasiochilus sp., e Xylocoris sp. (Heteroptera: Anthocoridae), Annona bimaculata e Hyaliodocoris insignis (Heteroptera: Miridae), os quais atacam ovos e lagartas de primeiro instar. Já os vespídeos Protonectarina sylveirae e Brachygastra lecheguana atacam as lagartas de segundo e terceiro instares (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013). Devido a sua habilidade de abrir as minas da traça nas folhas do tomateiro à procura das lagartas, as vespas constituem o grupo mais importante de predadores de lagartas da traça do tomateiro.
A ação combinada dos predadores pode ser responsável por até 99,5% de mortalidade da praga T. absoluta no seu estágio larval, enquanto a inviabilidade é tida como o principal fator de mortalidade no estágio de ovo (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013).
Entre os parasitoides, a espécie Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae) é especialista em localizar e atacar ovos. Dessa forma, esta microvespa controla a população de T. absoluta nas lavouras de tomate. Ao localizar a praga na cultura, as vespinhas depositam seus ovos dentro do ovo da mariposa. Ovos parasitados por T. pretiosum não produzem larvas, as quais causam importantes danos econômicos a esta cultura. Em poucos dias, uma nova vespa adulta eclode do ovo parasitado. Esta espécie de micro vespa pode assim se disseminar na lavoura e efetivamente controlar a população da mariposa T. absoluta (PROMIP e MAGALHÃES, 2012).

Esses tricogramatídeos apresentam ampla distribuição geográfica, parasitam grande número de hospedeiros, e são altamente especializados e eficientes. Este grupo de micro hymenópteros é utilizado com sucesso em vários programas de controle biológico para controle da traça do tomateiro (FARIA et al.  2000; PRATISSOLI e PARRA 2001).
Figura 5: Foto mostrando uma fêmea de Trichogramma pretiosum depositando ovos em um ovo de inseto hospedeiro
http://www.nbaii.res.in/Introductions/images/Tpretios1.jpg
 Como outra forma de controle biológico da traça do tomateiro, o uso de inseticidas a base do Bacillus Thuringiensis também vem sendo utilizado com muita frequência. Este método mostra alta eficiência no controle dos primeiros instares da praga (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013). O uso deste tipo de inseticida pode também ser empregado em conjunção com a liberação do parasitoide Trichogramma pretiosum (HAJI et al. 1995). Contudo, o emprego contínuo de B. thuringiensis associado à liberação de parasitoides pode selecionar populações resistentes. Para solucionar este problema, tem sido recomendado a rotação de B. thuringiensis e o emprego de inseticidas com alta seletividade com relação ao parasitoide (VILLAS BOAS et al., 2009).
Já os parasitoides larvais tendem a atacar lagartas de terceiro e quarto instares. Dentre as espécies de parasitoides larvais que atacam a praga T. absoluta, podemos destacar as espécies de braconídeos Bracon sp., Earinus sp. e Conura sp. Pelo menos cinco espécies de parasitoides e 12 espécies de predadores atacam pupas de T. absoluta (FILHO, GUIMARÃES e MOURA, 2013). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário