O
tomateiro é uma espécie autógama, com 24 cromossomos. Apesar de ser uma das
mais importantes hortaliças cultivadas, o tomateiro possui vários problemas
fitossanitários. A traça do tomateiro, Tuta absoluta, é atualmente uma
das pragas mais importantes do tomateiro cultivado no Brasil. O controle dessa
praga pelos tomaticultores é feito predominatemente via aplicação de
inseticidas químicos (NETO et al. 2010).
Considerando o
manejo integrado de pragas, temos como possibilidades o melhoramento genético,
feito por cruzamentos seguidos de seleção artificial e a manipulação de
culturas com a inserção de genes que conferem resistência à determinada praga.
Entretanto, para o tomate, por meio da seleção artificial tem sido amplamente
utilizado como fonte de resistência às pragas o melhoramento genético. Espécies
selvagens de tomateiro, como por exemplo, Solanum pennellii (sin. Lycopersicon
pennellii) e L. hirsutum f. glabratum, segundo Neves e colaboradores
(2003) e Maciel e colaboradores (2011) tem se destacado por apresentar
resistência a diversos insetos, dentre eles a Tuta absoluta, vem sendo
amplamente utilizados em programas de melhoramento que visam introgredir genes
de resistência a insetos.
Maciel e
colaboradores (20011) mostraram que acessos de S. pennellii possuem
altos níveis de resistência a grande número de artropodes-praga e essa
resistência é mediada por acilaçucares (AA) presentes nos folíolos. Foram
indicados que altos teores de AA se devem à ação de um alelo recessivo, com
dominância incompleta. Em virtude da dominância incompleta do alelo que
controla a resistência, foi possível a obtenção de híbridos resistentes a
artropodes-praga, mesmo cruzando-se linhagens com alto teor de AA com linhagens
com baixo teor. Maciel e col. (2009) demonstraram que a utilização de apenas um
genitor com alto teor de AA é suficiente para obter híbridos resistentes a um
amplo espectro de pragas da cultura.
Embora a
resistência a pragas em tomateiros mediada por AA derivados de S. pennellii
seja bem documentada, ainda não estão disponíveis no mercado tomateiros
comerciais com níveis satisfatórios de resistência. Com intuito de selecionar
quais, dentre três linhagens com alto teor de AA disponíveis (TOM-687, TOM 688
e TOM-689) apresentavam maior potencial para uso como genitores de híbridos
comerciais, Maciel e col. (2009) avaliaram suas capacidades combinatórias em
cruzamento dialélico. Foram obtidos 24 híbridos experimentais utilizando-se a
linhagem TOM-687 como doadora de pólen (genitor masculino) e como genitores
femininos foram utilizadas 24 linhagens pré-comerciais com baixos teores de AA,
porém portadoras de genes que conferem resistência a determinadas doenças. Dos
24 híbridos experimentais, quatro (TEX-298, TEX-310, TEX-315 e TEX-316) foram
avaliados quanto à traça-do-tomateiro e mostraram-se mais resistentes do que as
testemunhas comerciais.
Em um
experimento realizado com o intuito de avaliar o comportamento de cinco
progênies F3 do cruzamento entre Lycopersicon esculentum cv. IPA-6 e L.
hirsutum f. glabratum PI 134418, quanto ao ataque da traça-do-tomateiro,
Neves e colaboradores, com base na determinação dos parâmetros genéticos e nas
correlações entre componentes de resistência, avaliaram área foliar danificada
por T. absoluta em cm², número de tricomas tipo VI, por mm², nas faces
abaxial e adaxial; e o número de galerias por folíolo. As seleções
utilizando-se os parâmetros citados possuem grandes possibilidades de
proporcionarem ganhos genéticos futuros, por apresentarem ampla variabilidade
genotípica, com valores elevados de coeficiente de determinação genotípica e
magnitude superior à unidade para o índice de variação. Neves e col. (2003),
concluíram que as correlações fenotípicas entre a área foliar consumida por T.
absoluta e as densidades de tricomas das faces abaxial e adaxial das folhas
foram negativas e significativas, assim como entre a área foliar verificaram-se
correlações significativas e positivas para as densidades de tricomas nas duas
faces foliares. Contudo, a resistência está diretamente relacionada a maiores
quantidades de tricomas foliares do tipo VI. Nesse estudo, foi concluído que as
metil-cetonas, 2-tridecanona e 2-undecanona, que estão presentes,
principalmente no ápice da estrutura foliar denominada tricoma glandular do
tipo VI, são abundantes na espécie L. hirsutum f. glabratum, tem sido o
principal fator que proporciona resistência à T. absoluta.
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